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Em Divinópolis, cada história de violência interrompida representa mais do que uma ação de segurança — é a chance de reescrever um destino. Na última semana, a articulação rápida entre a Polícia Militar, Polícia Civil e a PREFEITURA DE DIVINÓPOLIS POR MEIO DA equipe do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social (Semds) salvou a vida de uma mulher e de seu filho de 9 anos. Retirados de um cenário de risco iminente, mãe e criança foram levados para um local seguro, onde recebem não apenas proteção, mas também o apoio emocional e social necessário para reconstruir a própria história.

Essa é apenas uma entre as muitas situações que revelam a importância de uma rede de atendimento estruturada e humanizada. No município, o Creas atua como ponto central de acolhimento especializado, enquanto o Centro de Referência de Assistência Social (Cras) garante suporte às famílias e orientação contínua, prevenindo que a violência se repita. Ambos trabalham de forma integrada com órgãos de segurança, saúde e demais serviços, fortalecendo um sistema de resposta rápida e eficaz.

De janeiro a junho de 2025, o Sistema de Informação de Agravo de Notificação (SINAN), onde são coletados dados através das unidades de saúde, registrou em Divinópolis 169 casos de violência, sendo 134 contra mulheres. Entre esses, 93 correspondem a agressões físicas, 60 a violência sexual e 42 a agressões psicológicas — números que revelam a gravidade e a complexidade do problema. A maior parte dessas ocorrências acontece dentro das residências, o que reforça a importância de ações preventivas, de proteção e de acolhimento às vítimas.

Números do Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania, referentes a 2025, mostram uma situação ainda mais alarmante: a cidade de registrou 314 violações contra mulheres. Esses casos envolvem maus-tratos, exploração sexual, tráfico de pessoas, entre outros crimes. No entanto, desse total, apenas 44 denúncias foram formalizadas junto à Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos, o que reforça o desafio da subnotificação. No município, em 2024, esse total foi de 728 violações.

Suporte e acolhimento para mudança de vida

É através do Creas que essas mulheres vítimas de violência recebem proteção e apoio. O órgão atua como um ponto de referência e suporte para que elas possam romper com o ciclo de violência e reconstruir suas vidas. Em 2025, 171 mulheres foram atendidas neste centro de referência e 68 seguem em acompanhamento, mas a equipe ressalta que esse não reflete a totalidade de casos que deveriam ser atendidos, uma vez que o tabu ainda existe em nossa sociedade e muitos casos permanecem sem serem denunciados. 

Além do atendimento especializado, individual ou em grupo, a equipe orienta sobre direitos, benefícios sociais e programas de assistência, além de informar sobre como denunciar e buscar ajuda em casos de violência. “No CREAS, acompanhamos cotidianamente histórias de dor, coragem e superação de mulheres vítimas de violência. Cada atendimento é único e exige de nós sensibilidade, conhecimento técnico e articulação com diversos setores da rede. O atendimento especializado que ofertamos vai muito além de uma escuta: é a construção de um plano de vida, com apoio psicossocial, orientação jurídica e, muitas vezes, emocional”, explicou o coordenador da Proteção Social Básica da Semds, Pedro Estevão.

O suporte oferecido não para por aí: o Creas atua em parceria com outras instituições, como delegacias, hospitais e outras unidades de assistência social. Um dos grandes parceiros é o Cras, que atua na prevenção primária, fortalecendo vínculos familiares e comunitários, promovendo atividades socioeducativas e encaminhando para outros serviços quando necessário. 

O tema da violência contra mulher é trabalhado de forma rotineira pelo Cras em seus grupos de apoio, onde as vítimas se conectam, trocam experiências e passam a enxergar a vida por uma nova perspectiva: com mais afeto, respeito e com entendimento que o ciclo de violência, que muitas vezes passa por gerações, precisa ser rompido.

Confira os contatos para denunciar casos de violência contra mulheres em Divinópolis:

Central de Atendimento à Mulher – 180
Central de Emergência da Polícia Militar – 190
Plantão da Polícia Civil de Divinópolis/MG – (37) 3221-1202
Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher – 3221-1933/ Ramal 205
Centro de Referência Especializada de Assistência Social – 3229-9790
Conselho Municipal de Direitos da Mulher – 3221-1860