A Prefeitura Municipal de Divinópolis, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (Semusa), destaca o papel essencial do Serviço de Assistência Especializada e Centro de Testagem e Aconselhamento (SAE/CTA), unidade de referência no diagnóstico, tratamento e prevenção do HIV/AIDS, das hepatites virais e de outras Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs). Com atendimento gratuito, sigiloso e humanizado, o SAE/CTA atende moradores de Divinópolis e de outros 54 municípios da região, oferecendo suporte contínuo e multiprofissional.
Localizada na Avenida do Contorno, nº 1500, no Centro de Divinópolis, a unidade foi recentemente reformada e conta com uma equipe composta por mais de 30 profissionais — entre médicos, enfermeiros, psicólogos, farmacêuticos e assistentes sociais. A estrutura inclui oito salas de atendimento e uma farmácia exclusiva, que fornece gratuitamente os medicamentos prescritos.
O acompanhamento clínico regular é um dos pilares do serviço, com realização de exames laboratoriais periódicos, monitoramento da carga viral e distribuição controlada de medicamentos, especialmente os antirretrovirais (ARVs). Pacientes que seguem corretamente o tratamento podem alcançar a condição de intransmissibilidade em até seis meses, independentemente do tempo de infecção, conforme destaca a enfermeira Fernanda Patrícia de Oliveira, que atua na unidade há quatro anos. “Esse cuidado é essencial para o sucesso do tratamento”, afirma.
Além do cuidado contínuo, o SAE/CTA realiza testes rápidos para HIV, sífilis e hepatites B e C, com encaminhamento imediato ao tratamento em caso de resultado positivo. A unidade também oferece profilaxias como a PEP (pós-exposição) e a PrEP (pré-exposição), além da distribuição gratuita de preservativos, gel lubrificante e autotestes para HIV — reforçando a prevenção como estratégia fundamental no controle da transmissão, conforme as informações fornecidas pela coordenadora do SAE/CTA, Marlene Alves Ferreira.
Cuidado humanizado e sigiloso
Um dos públicos atendidos com atenção especial é o de gestantes que vivem com HIV. O acompanhamento inclui o monitoramento da saúde da mãe e do bebê, com exames realizados ao nascer, aos 15 dias, 45 dias, 60 dias, 4 meses e aos 18 meses. Se todos os resultados forem negativos, a criança é considerada não infectada. Esse processo proporciona segurança, tranquilidade e acolhimento às famílias. “As mães chegam apreensivas, mas quando entendem o processo e a eficácia do tratamento, se sentem mais seguras”, relata Fernanda.
O SAE/CTA também direciona seus serviços a grupos em situação de maior vulnerabilidade social, como pessoas LGBTQIAPN+, profissionais do sexo, usuários de substâncias injetáveis, adolescentes e pessoas em situação de rua. O atendimento vai além da estrutura física da unidade, alcançando a comunidade por meio de ações externas, como testagens em feiras de saúde, escolas, eventos comunitários e espaços públicos.
A humanização está no centro do trabalho da equipe. O acolhimento, o vínculo com o paciente, o respeito à individualidade e o sigilo são tratados como prioridades. O apoio psicológico é parte fundamental do processo, auxiliando o paciente a compreender a importância da adesão ao tratamento e a lidar com o diagnóstico de forma segura e sem estigmas. “O preconceito ainda pesa muito. O paciente que está em tratamento é uma pessoa que vive com HIV e tem direito à dignidade. Aqui, nosso trabalho começa quando o medo entra com ele e termina quando ele sai com informação e esperança”, reforça Fernanda.
Para garantir um atendimento cada vez mais qualificado, os profissionais da unidade participam de capacitações frequentes, em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde e com a rede de laboratórios de referência. Os treinamentos abordam atualizações sobre tratamentos, novas abordagens terapêuticas e integração com a Atenção Primária, fortalecendo a linha de cuidado dentro do SUS.
Número de casos
Fernanda chama a atenção para o aumento no número de casos novos, a baixa adesão aos métodos de prevenção e o medo ou constrangimento que ainda impedem muitas pessoas de procurarem o serviço para realização dos testes.
Dados da Secretaria Municipal de Saúde mostram que, até maio de 2025, foram registrados 20 casos de HIV em Divinópolis, sendo 16 em homens e 4 em mulheres. A faixa etária mais atingida foi dos 30 aos 39 anos, seguida pela de 20 a 29 anos. Em relação à sífilis, foram notificados 57 casos, sendo 47 em pacientes do sexo masculino. Já as hepatites virais somaram 14 casos no município, sendo 3 deles de hepatite B.
A equipe do SAE/CTA atua constantemente no combate à desinformação, oferecendo orientações acessíveis e acolhedoras. “Não existe dúvida tola. Todas devem ser respondidas. O SAE é um espaço seguro, onde o acolhimento e a escuta fazem parte do tratamento”, afirma Fernanda.
Emocionada, ela destaca a importância de mostrar aos pacientes um caminho de cuidado e esperança. “No SAE/CTA tem tratamento, tem acolhimento, tem informação. Mas também tem vida. A gente deixa o medo lá fora e olha para o paciente. Precisamos olhar mais para as pessoas — para isso, nossas portas estão sempre abertas.”
Por meio do SAE/CTA, a Prefeitura de Divinópolis reafirma seu compromisso com uma saúde pública acessível, humanizada e de qualidade, sendo referência regional no acolhimento e cuidado às pessoas que vivem com infecções virais.