A Prefeitura de Divinópolis, por meio da Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas), realizou nesta quarta-feira (27/4), o “I Seminário da Rede de Atendimento à População em Situação de Rua do Município de Divinópolis”. O evento foi realizado no auditório da Faculdade Pitágoras.
Segundo Juliana Coelho, secretária de Assistência Social, o seminário é fruto do investimento para as políticas públicas voltadas para a população em situação de rua. “Hoje é um momento histórico para nós, de muita alegria. Eu queria muito agradecer e dizer que isso tudo só foi possível, porque tivemos uma gestão que acredita no Suas (Sistema Único de Assistência Social) e, principalmente, que acredita que essa população em situação de rua precisa ser vista”, declarou.
A vice-prefeita e secretária de Governo, Janete Aparecida, parabenizou o trabalho de apoio da Assistência Social e ressaltou que é preciso dar dignidade às pessoas em situação de rua. “Apenas as doações não resolvem o problema, é preciso garantir políticas públicas, que garantam a dignidade do indivíduo, através do trabalho, pois todos tem o direito de ter sua casa, sua família. É nisso que nós acreditamos, mas só a gente não vai adiantar. A sociedade tem que acreditar em nós, para que possamos fazer a diferença”, disse.
Amanda Cristina de Souza, proprietária do Hotel Cruz, falou sobre a empregabilidade de pessoas recuperadas da situação de rua. “Decidi realizar essa ação por ter um irmão que já foi morador de rua e usuário de drogas, que acabou falecendo, e vi isso como uma forma de estar mais próxima do meu irmão. E vale a pena, pois vocês estarão fazendo o bem para eles, para vocês mesmos e também para a empresa, porque eles são realmente muito dedicados. É gratificante”, contou.
Para dar o testemunho sobre suas novas condições de vida pós situação de rua, e sobre a empregabilidade de recuperados, o Rogério Braga Machado, Osvaldo Cassimiro da Cunha e Lúcia Mara Alves da Silva estiverem presentes no evento.
De acordo com Rogério Braga Machado, a população de rua precisa ser ouvida e acolhida também pela população em geral. “Quando eu cheguei na situação em que eu estava, eu vi que eu não era ninguém. A Casa de Apoio foi um lugar que me tirou do fundo do poço. Hoje, depois de ter passado pela casa, eu vejo que o que falta, para o morador de rua, é conversar, porque tem horas que o ser humano quer apenas ser ouvido”, relatou.
De acordo com Osvaldo Cassimiro da Cunha, o trabalho realizado pela assistência social tem mudado a perspectiva do acolhimento ao indivíduo em situação de rua. “Fiquei 15 anos na rua, passando trabalho, sofrendo, sendo humilhado, mas fui acolhido por uma comunidade chamada Sacramento de Amor, que me ajuda até hoje. Atualmente, são poucos os que estão realmente dispostos a ajudar. Parabéns a vocês por esse trabalho maravilhoso que estão fazendo na cidade”, comentou.
Lúcia Mara Alves da Silva conta que o acolhimento foi de extrema importância para a mudança em sua vida. “O período que passei na rua não foi fácil. A minha sorte foi que apareceram anjos na minha vida, as meninas do acolhimento, tenho muito o que agradecer a elas. É preciso mais acolhimento, mais gente pra ajudar as pessoas a sair da rua, porque não é fácil”, ressaltou.
A primeira mesa de discussão foi sobre o tema: O fenômeno das migrações e o aumento da população em situação de rua, com mediação de Michele Teixeira Lopes, Referência Técnica da Proteção Social Especial da Semas, e exposição do especialista em Direitos Humanos, Alexandre Canuto.
A segunda mesa, mediada por Letícia Pereira, Assistente Social do Caps AD, e exposição dos Psicólogos Rodrigo Simas e Luiza Mara, teve a temática do “Abuso de álcool e outras drogas: estratégias de cuidado para a população de rua”.
Durante todo o seminário, foram apresentados também os serviços, programas e projetos desenvolvidos pela Prefeitura, voltados para as pessoas em situação de rua presentes no município.