A Prefeitura de Divinópolis, por meio da Secretaria Municipal de Cultura (Semc), apoia a realização do tradicional Reinado de Branquinhos 2025, que acontece de 9 a 13 de julho, mantendo viva uma história de fé, cultura popular e devoção que atravessa gerações desde 1838.
A programação religiosa tem início nesta sexta-feira (11/7), com Santa Missa celebrada pelo padre Júlio Antônio de Castro, com o coral da Mata dos Coqueiros, às 19h30.
No sábado (12/7), as atividades começam às 16h, com a tradicional visita aos Reis e Rainhas. Às 19h, haverá a procissão de São Benedito, seguida, às 19h30, pela Celebração da Palavra, presidida pelo diácono Marcos Antônio e animada pelo coral de Nossa Senhora do Rosário.
O ponto alto da festa será no domingo (13/7), começando logo cedo, às 5h, com a carreata. A partir das 10h, ocorre a chegada das guardas de Congo e, às 14h, o Ajuntamento de Coroas, reunindo imagens de Nossa Senhora do Rosário, São Benedito e Santa Efigênia, além de todos os festeiros, devotos e visitantes. Após a concentração, será celebrada a Santa Missa campal, pelo padre Leonardo Lucas Pereira.
Este ano, participam diversas guardas de Congo, entre elas: Congo Nossa Senhora do Rosário de Branquinhos, Congo Sagrado Coração de Maria, Congo Santa Luzia de Amadeu Lacerda, Congo de Ermida, Congo Nossa Senhora do Rosário do Tietê, Congo Verde Amarelo, Catupé do São José, Terno de Marinheiro, Vilão do Tietê e Moçambique Santa Cruz.
A festividade conta com o empenho dos Festeiros 2025, da Irmandade de Nossa Senhora do Rosário e de toda a comunidade, que mantêm viva uma das tradições culturais e religiosas mais antigas da região.
Um legado de fé e resistência
De acordo com os documentos da Irmandade de Branquinhos e da Congregação das Irmandades Congadeiras, de Reinado, Festa de Cruz, Folia de Reis e Correlatas de Divinópolis (CongaDiv), a história da Guarda de Congo de Branquinhos remonta a maio de 1838, quando Francisco Preto, escravo profundamente devoto de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito, chegou à fazenda de Francisco Vaz, em Vazes, e, para pagar uma promessa, organizou uma pequena guarda de Congo.
Com instrumentos feitos de forma artesanal — como reco-recos de bambu, caixas de couro, chocalhos e gungas —, ele mobilizou outros escravos e lavradores das fazendas vizinhas.
Desde então, a tradição nunca foi interrompida. Francisco Preto viveu até 1878, ano em que a guarda passou a ser conduzida por outros capitães, como José Caetano, Olímpio Preto, João Paulo de Souza (o João Negro) e tantos outros nomes que marcaram a história. Em 1933, a comunidade celebrou um marco histórico: a chegada, em carro de boi, da imagem de Nossa Senhora do Rosário, junto com o sino, inaugurando a nova capela.
Vários nomes ajudaram a construir esse legado de fé, como Geraldo Paulo de Souza, João Bahia Neto, Antônio Zico, João Benedito, José Miguel Vilela e tantos outros que mantiveram viva a devoção, o Congo e a festa.