A Prefeitura Municipal de Divinópolis, por meio da Secretaria Municipal de Educação (Semed), informa que ontem (11/3) aconteceu, no Teatro Municipal Usina Gravatá, a abertura do projeto “Minha Cidade Lê a Diversidade Étnico-Racial”. O evento marcou o início do projeto institucional na Rede Municipal de Ensino e contou com a participação de professores das 51 unidades escolares.
A arte-educadora Mariana Bernardes fez uma apresentação por meio de uma palestra-show intitulada "Na Voz do Tambor", na qual abordou a educação étnico-racial e antirracista. Durante a apresentação, Mariana destacou a importância de valorizar as relações interpessoais para uma jornada educativa mais eficaz e significativa. Em uma abordagem realizada pela equipe da Secretaria Municipal de Educação sobre o trabalho desenvolvido no evento, Mariana Bernardes destacou: “Eu agradeço pelo convite de poder fazer o lançamento dos Cadernos de Mediação Cultural aqui, no Teatro Gravatá, com toda a graça e honra que há em se apresentar nesse palco da nossa Divinópolis, para esse ‘tanto de gente’, pois o teatro estava lotado. Falamos sobre a cultura afro-brasileira e sobre a importância da aplicação da Lei 10.639/03 dentro dos espaços escolares, utilizando a educação como uma ferramenta de combate ao racismo.”
A noite cultural foi baseada nas Leis 10.639/03 e 11.645/08, promovendo a construção e implementação da cultura africana, afro-brasileira e indígena na educação municipal.
A professora Letícia Miranda, do 4º ano, da Escola Municipal Professora Veneza Guimarães de Oliveira, destacou: “Precisamos ‘abrasileirar’ ainda mais a nossa educação, mostrando toda a diversidade de culturas, povos e religiões, para que possamos formar pessoas que sempre contribuirão para a melhoria da educação.”
A secretária municipal de Educação, Andreia Dimas, esteve presente neste momento significativo do calendário escolar. Durante a abertura da noite cultural do projeto, destacou: “Trabalhar um tema tão essencial na educação é fundamental! Precisamos compreender que temos uma dívida histórica, e isso não cabe discussão, mas sim estudo. Neste espaço, entendemos que o estudo é a base. A Rede Municipal de Ensino é composta por profissionais extremamente competentes e dedicados, e eu tenho orgulho de fazer parte dessa rede há 25 anos. Em 2024, fomos contemplados com o Selo Petronilha, resultado do nosso compromisso com o tema das relações étnico-raciais.”
A vice-prefeita, Janete Aparecida, destacou: "Quando vi esse tema – Minha Cidade Lê na Voz do Tambor – minha alma se encheu de alegria! Sabe por que me encheu de alegria? Porque, quando eu era pequena, na escola, com meu cabelo afro, ondulado e difícil até de pentear, muitas vezes sofri preconceito. E esse preconceito, que existia naquela época, não é diferente do que existe hoje. Ele ainda persiste quando uma menina decide usar tranças ou quando tem o cabelo crespo e resolve alisar. Ainda há muitas formas de preconceito. E o projeto Minha Cidade Lê deste ano terá a oportunidade de fazer a diferença."
(O Selo Petronilha Beatriz Gonçalves e Silva de Educação para as Relações Étnico-Raciais reconhece secretarias de educação que se destacam por suas políticas, programas ou ações voltadas à formação de profissionais da educação para a implementação da Lei nº 10.639.)
Os professores presentes receberam um kit com três cadernos de mediação cultural, contendo práticas pedagógicas alinhadas à BNCC.
Ao final da noite cultural, a arte-educadora Mariana Bernardes conduziu uma dinâmica ao som de tambores, proporcionando uma imersão musical de aproximadamente quatro minutos. Os participantes foram convidados a escrever palavras-chave relacionadas às memórias evocadas pela experiência. Em seguida, foram desafiados a escrever uma breve poesia. Oito pessoas subiram ao palco para recitar suas criações:
Patrícia, supervisora da E.M. Professor Odilon Santiago, recitou o poema "Emoção".
Sofia, estudante da E.E. Lauro Epifânio, recitou o poema "Alegria".
Jordânia, do Projeto Oficina Itinerante (grupo C), recitou um poema sobre batuques, príncipes e princesas.
Rosana, do Projeto Oficina Itinerante (grupo C - matutino), recitou um poema sobre a saudade de sua infância.
Juliana, da E.M. Professora Maria de Lourdes Teixeira, recitou o poema "Tambor Também É Amor".
Valquíria Rodrigues, do Projeto Oficina Itinerante (grupo F), recitou o poema "Criança".
A vereadora e professora de história Kell Silva recitou um poema sobre a alegria de viver diferentes tempos e a gratidão.
A vice-prefeita de Divinópolis, Janete Aparecida, recitou o poema "O Tambor Está em Minha Alma".
Todas as participantes foram ovacionadas pelo público, que valorizou imensamente essa parte do evento.
"A Voz do Tambor" é uma oportunidade para refletirmos e dialogarmos sobre uma educação que valoriza o multiculturalismo brasileiro e as valiosas influências da cultura africana e afro-brasileira.
A Semed apoia projetos relacionados à diversidade étnico-racial como forma de promover a igualdade e a justiça social nas escolas. Essas iniciativas visam combater o racismo e a discriminação, além de valorizar a diversidade cultural e étnica.