A Unidade de Pronto Atendimento Central (UPA Central) implantou, no início deste mês, o Fast Track. Em fase piloto, o Fast Track integra uma prática de gestão hospitalar que busca agilizar o fluxo de atendimento e facilitar o encaminhamento dos pacientes que chegam à unidade.
O Fast Track funciona como ferramenta adicional ao Protocolo de Manchester, instrumento pelo qual o paciente que chega à UPA Central recebe um atendimento inicial para identificar, através de uma pulseira colorida, o grau de gravidade e tempo de espera recomendado para cada atendimento, após triagem feita pela equipe de enfermagem.
Após esta etapa, alunos dos períodos finais dos cursos de medicina da Universidade Federal de São João del-Rey e Universidade de Itaúna acolhem, atendem e realizam o exame físico dos pacientes, sob a supervisão de um médico preceptor, que avalia este atendimento. Em seguida, o médico preceptor toma a conduta necessária diante do quadro do paciente, em sincronia com o aluno, acrescentando, se necessário, algum tipo de encaminhamento.
De acordo com o diretor técnico da UPA Central, Marco Aurélio Lobão, o Fast Track é uma ferramenta que colabora para o gerenciamento do fluxo de pacientes na unidade, com potencial para ser ampliado. “Os alunos já recebem o paciente triado com uma pulseira na cor correspondente à sua classificação de risco. Eles só atendem, atualmente, na Clínica Médica da UPA, conforme preconizado no PS1, que são os atendimentos de pacientes com classificação nas cores verde, azul e amarelo, uma vez que os pacientes nas cores laranja e vermelho são de caráter de urgência e emergência, que precisam ser atendidos em outro setor do Pronto Socorro”, explicou. “Depois que o Fast Track começou a funcionar, a gente tem conseguido respeitar, na maior parte das vezes, os tempos do Protocolo de Manchester e, em alguns dias, pacientes foram atendidos em tempos de espera menores que o esperado. Os resultados, na Clínica Médica, têm sido satisfatórios, e consideramos a possibilidade de adaptação deste tipo de atendimento para o setor de pediatria”, projetou.
Marco Lobão informa que, atualmente, os alunos que atuam no Fast Track da UPA Central se revezam em turnos. “Diariamente, exceto nos finais de semana, de seis a oito alunos, supervisionados por um médico preceptor, realizam este atendimento. Eles ficam em uma sala adaptada, funcionando como um consultório contíguo, para que o preceptor tenha proximidade e mobilidade de deslocamento nas salas onde os alunos atendem”, informou.
Os atendimentos na UPA Central
Segundo Lobão, a UPA Central atende até 400 pacientes por dia, número que chega a 500 em períodos de mudanças climáticas, de epidemia ou avanço de doenças, como a dengue, e em datas festivas na cidade. Ele lembra que o Fast Track é um avanço, mas que o melhor fluxo de pacientes na UPA Central depende também do conhecimento da população de quais atendimentos são feitos na unidade. “Aqui é lugar para atendimento de urgência e emergência, e não de fazer diagnósticos e prescrever tratamentos para pacientes que possam ser tratados em seus domicílios. O paciente que recebe uma prescrição, que vai tomar um medicamento periodicamente de uso contínuo, por exemplo, deve buscar a atenção primária, para que não corramos o risco de deixar, na UPA Central, pacientes em estados mais graves esperando”, explicou.