A 2ª edição da exposição “Vitórias”, organizada pela Secretaria Municipal de Saúde (Semusa), em conjunto com a Secretaria Municipal de Governo (Segov) e apoiadores, foi aberta neste mês. A mostra contém fotos e depoimentos de 13 mulheres que estiveram ou ainda estão em tratamento contra o câncer de mama.
O comum entre elas: garra, persistência, vontade de viver, confiança no tratamento e fé. A exposição faz parte das ações do Outubro Rosa de Divinópolis. A apresentação contém relatos emocionantes, impactantes e, ao mesmo tempo, motivadores para as mulheres que estão passando pela mesma situação.
Vamos conhecer um pouco da história de cada uma. Flávia Mourão é a quarta das 13 mulheres a contar sobre a batalha contra a doença.
Flávia Mourão
Eu sou a Flávia, servidora pública, tenho 53 anos, casada há 38 anos e mãe de dois filhos. Em relação às ações de prevenção eu não era muito assídua, minha filha é mais controlada do que eu e às vezes eu a acompanhava nos preventivos, mas já tinha três anos que eu não fazia mamografia e tudo aconteceu muito rápido.
Dia 17 de maio 2019, cozinhando em casa, senti uma dor e achei que tinha dado uma distensão na mama. Na segunda fui ao mastologista que fez pedidos de mamografia, ultrassom de mama e biopsia. Fiz tudo isso no mesmo dia. Na quarta-feira voltei ao mastologista, que na mesma consulta, já conseguiu a oncologista. Na sexta, 25 de maio, saiu o resultado da biopsia de que realmente era câncer de mama, de um tipo agressivo e invasivo, mas graças a Deus não tinha metástase. Em poucos dias fiz a primeira sessão de quimioterapia vermelha, de um total de quatro e depois mais 12 brancas. Tive que começar rápido o tratamento, pois pelo tamanho do nódulo, eu não podia esperar. No 14º dia meu cabelo caiu.
Quando descobri o câncer, a primeira coisa que eu perguntei, era qual a chance que eu tinha de viver com qualidade e os médicos disseram 90%, então encarei o tratamento de frente. Para meus pais e tios, que são mais velhos, a notícia foi pesada. O que mais pesou para mim foi pensar quem vai olhar meus pais e tios que tem mais de 70, 80 anos. Meu marido foi a pessoa que ficou mais abalada de todos.
O que mais pesa no tratamento para mim, é que ele cerceou minha liberdade, pois tenho compromisso com o tratamento. Tem dia que eu chorar, não sentir sabor de nada, mas tudo vai passar. Como não estou sentindo gosto, procuro comer tudo o que eu não gosto, por que eu preciso das vitaminas.
O que me mantém em pé é que também sou casada com meu trabalho, me sinto realizada profissionalmente e isso me dá força. Trabalho onde não fico exposta e estou tendo o reconhecimento de tudo o que eu fiz profissionalmente durante meus 25 anos de carreira.
Só uso touca para trabalhar, mas eu não tenho nenhum problema com o espelho, pra mim é a parte menos doída. Me sinto vitoriosa, pois as reações estão sendo suportáveis. Tenho muita fé, apoio familiar e uma característica minha é que eu acho minha vida fantástica, Deus me deu tudo o que eu preciso! Eu hoje tenho que ter um foco e o foco é meu tratamento. Se eu tenho uma pessoa negativa do meu lado, eu saio de perto.
Se alguma pessoa a minha volta receber a notícia de que está com câncer eu diria: Respira fundo e pense que tudo tem esperança. Viva na melhor qualidade, pois você não sabe o dia de amanhã. Existem dores piores do que a de um tratamento de câncer, que é a dor da alma.
Realização:
Secretarias de Saúde e de Governo
Agradecimentos
Everton Ribeiro (fotografia)
Luiz Fotógrafo (revelação)
Studio Sheila Mucedola
Camila Carvalho Vieira (maquiagem)
Keith Hellen Silva (cabelo)
Empresa Braulino (transporte)
Clube AABB (locação para fotos)