Atenção redobrada nos parquinhos: diversão precisa andar de mãos dadas com responsabilidade
Brincar é um direito fundamental de toda criança, reconhecido pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC) como essencial para o desenvolvimento físico, emocional e social. Em Divinópolis, a Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Esportes e Juventude (Semej) e da Secretaria Municipal de Operações e Serviços Urbanos (Semsur), mantém mais de 30 parquinhos públicos espalhados pela cidade, com manutenção constante e equipamentos adaptados aos padrões técnicos de segurança.
Entre esses espaços, vários contam com brinquedos desenvolvidos exclusivamente para crianças com mobilidade reduzida, especialmente cadeirantes — uma conquista importante para a inclusão e a equidade no direito ao brincar. Esses equipamentos, localizados em bairros como Vila das Roseiras, Dona Rosa, Icaraí, Parque da Ilha e Praça Esportiva Vereador José Milton (São Sebastião), foram projetados com dimensões, materiais e estruturas específicas para garantir acessibilidade, segurança e conforto.
Entretanto, o uso inadequado desses brinquedos tem comprometido sua integridade e, pior, colocado em risco a segurança de todas as crianças. Durante vistoria recente realizada pela Semej, foram identificados danos estruturais em diversos brinquedos acessíveis — causados, principalmente, pelo uso impróprio por crianças sem deficiência ou sem supervisão.
Em muitos casos, é comum observar um número excessivo de crianças utilizando simultaneamente esses equipamentos, o que ultrapassa a capacidade para a qual foram projetados. Essa sobrecarga não apenas acelera o desgaste do material, mas também aumenta o risco de acidentes, como quedas e rompimento de partes da estrutura.
O gerente de planejamento esportivo da Semej, Peter Araújo Kratochwill, alerta: “Quando uma pessoa sem deficiência, ou até mesmo uma criança sem supervisão, utiliza o brinquedo de forma inadequada — pulando sobre ele, forçando a estrutura ou tentando usá-lo sem cadeira de rodas —, pode comprometer gravemente o equipamento. Pior ainda: o uso incorreto traz risco real de quedas, ferimentos graves e até esmagamentos.”
Mais do que uma questão de segurança, o uso correto desses brinquedos é um ato de respeito à inclusão. O uso indevido não só danifica o patrimônio público e coloca em risco a integridade física das crianças, como também impede que crianças com deficiência possam usufruir do único espaço adaptado às suas necessidades. Em casos mais graves, a estrutura danificada pode justamente causar acidentes com quem mais depende dela.
A Prefeitura reforça: a presença ativa de pais, mães e responsáveis é indispensável. É essencial observar como cada brinquedo está sendo utilizado, orientar as crianças sobre as regras e intervir sempre que houver comportamentos inadequados.
Educar é proteger. Preservar esses espaços significa garantir que todas as crianças — inclusive as que têm mobilidade reduzida — possam brincar com dignidade, segurança e alegria. O respeito começa com o cuidado no dia a dia.