Em seu último dia (1º/12), exposição “Consciência Negra”, organizada pelo Conselho Municipal da Promoção da Igualdade Racial (Compir) e o Movimento Negro de Divinópolis (Mundi), com apoio da Prefeitura de Divinópolis, por meio das Secretarias Municipais de Governo (Segov) e de Cultura (Semc), recebeu a escola da rede privada Centro de Educação Jovem Aprendiz no saguão do Centro Administrativo. A mostra começou em 18 de novembro.
Durante a visita, os alunos da educação infantil receberam informações sobre Reinado, Revolta da Chibata, literatura afroinfantil, samba, artesanato afro, respeito e relações étnico-raciais e cidadania participativa. O objetivo foi que as crianças entendessem que nem todos se parecem fisicamente, além de aprender a respeitar as diferenças e poder admirar o próximo.
A conselheira do Compir Maria Catarina Laborê, coordenadora do Departamento de Educação do Mundi, enfatizou que educação infantil deve estar preparada para assumir a educação pela relação étnico-racial de maneira efetiva. “A escola pode ser grande incentivadora de boas práticas relacionadas com o tema. As instituições de ensino contribuem de forma primordial para o desenvolvimento integral de crianças e adolescentes, incluindo variedade de áreas, principalmente social e emocional”, destacou.
E acrescentou: “Em um país com população predominantemente negra e parda, muitas crianças não se sentem representadas nos brinquedos, nos livros literários/didáticos ou nas mídias que consomem. Os pequenos devem ter acesso a ampla variedade de conteúdos para que possam ver a grande diversidade de pessoas no mundo”, lembrou.
O Compir ressaltou que o ambiente escolar necessita esclarecer termos e aportar ricos fundamentos teóricos de diferentes autores ou mesmo das pessoas que são protagonistas das histórias, além de que diferenças de raça, etnia e gênero existem na escola.
Evento
A exposição “Consciência Negra” realizou-se no âmbito da programação do Novembro Negro. Os estandes expositivos apresentaram a história afro-brasileira, a memória, a cultura, a tradição e a religião e, sobretudo, mostraram a luta dos negros em Divinópolis.
O destaque foi a memória de João Cândido Felisberto, que foi o líder da Revolta da Chibata em 1910 ‒ o motim foi organizado por marinheiros que já não aceitavam receber chibatadas de oficiais brancos como punição. O ato de coragem e a vida do almirante negro converteram-se em símbolo da luta contra o racismo.