O Setor de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde de Divinópolis (Semusa) emitiu nesta terça-feira (28/06) uma nota técnica direcionada a todas as Unidades Básicas de Saúde, Estratégias de Saúde da Família, hospitais da cidade e UPA Padre Roberto. O objetivo foi alertar e orientar estas unidades de saúde sobre os riscos da Febre Maculosa Brasileira (FMB).
A Semusa está investigando, atualmente, três casos suspeitos de FMB sendo que um dos casos evoluiu para o óbito. Amostras de sangue dos três casos foram enviadas ao Laboratório da Fundação Ezequiel Dias (Funed) (BH) visando identificar o agente causador da doença. Até o presente momento, a Semusa não recebeu os resultados dos exames. Em Divinópolis, nos últimos seis anos, foram registrados apenas dois casos da FMB, um em 2010 e outro em 2011.
A vigilância da febre maculosa, que foi orientada por meio da nota técnica emitida pelo Serviço de Epidemiologia da Semusa, tem como objetivos detectar e tratar precocemente os casos suspeitos, visando reduzir a letalidade; investigar e controlar surtos, mediante a adoção de medidas de controle; conhecer a distribuição da doença; identificar e investigar os locais prováveis de infecção; e recomendar e adotar medidas de controle e prevenção.
Desta forma, todo caso suspeito de FMB requer notificação compulsória imediata, por se tratar de doença grave.
O que é a febre maculosa?
A Febre Maculosa Brasileira (FMB) é uma doença febril aguda, de gravidade variável, cuja clínica pode apresentar desde as formas leves e atípicas até formas graves com elevada taxa de letalidade. É causada pela bactéria Rickettsia rickettsii, transmitida pela picada de carrapatos, caracterizando-se por ter início súbito abrupto, com febre elevada, cefaléia e mialgia intensa e/ou prostração seguida, em alguns casos, de exantema máculo-papular. A transmissão ocorre quando o carrapato permanece aderido ao hospedeiro por um período de 4 a 6 horas. A doença não é transmitida de pessoa a pessoa.
Os principais reservatórios das Rickettsias são os carrapatos da espécie Amblyomma cajennense, popularmente conhecidos como “carrapato estrela”, “carrapato de cavalo” ou “rodoleiro”. Os equideos, roedores, como a capivara, e marsupiais, como o gambá, têm importante participação no ciclo de transmissão da febre maculosa e podem estar envolvidos tanto como reservatórios, quanto como amplificadores de Rickettsias, assim como transportadores de carrapatos potencialmente infectados.
A febre maculosa tem sido registrada em São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia, Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, DF, Goiás, Ceará e Rio Grande do Sul.
Sinais de alerta
A nota técnica emitida pela Vigilância Epidemiológica a todas as unidades de saúde de Divinópolis reforça a necessidade dos profissionais de saúde ficarem atentos aos sinais de alerta que podem indicar a doença. Estão caracterizado dentro dos casos suspeitos o indivíduo que apresente febre, cefaléia, mialgia e história de picada de carrapatos e/ou contato com animais domésticos e/ou silvestres e/ou tenha frequentado área sabidamente de transmissão de febre maculosa nos últimos 15 dias e/ou apresente exantema máculo-papularou manifestações hemorrágicas.
Técnicos da Vigilância Ambiental, juntamente com técnicos da Superintendência Regional da Saúde, estiveram num local próximo a residência de uma das vitimas investigadas pela Vigilância Epidemiológica. Lá foi feita uma varredura visando à captura de carrapatos que seguiram para análise. O objetivo é identificar se são os mesmos que podem provocar a Febre Maculosa Brasileira.
Como prevenir a FMB?
É necessário evitar entrar em locais onde existem carrapatos. Se for caminhar, pescar ou freqüentar áreas rurais utilize botas, calças e blusas de mangas compridas e de cores claras para facilitar a visualização dos carrapatos. A cada três horas dê uma olhada em todo corpo e no corpo das crianças à procura dos carrapatos.
Caso encontre carrapatos no corpo, não esprema com as unhas, pois pode se contaminar. Não encoste cigarro, fósforo ou qualquer objeto quente no carrapato. Retire-o com uma pinça, fazendo leves torções.
Se entrar em áreas rurais, matas ou tiver contado com animais e, alguns dias depois, sentir febre, dor de cabeça e no corpo, calafrios e mal-estar; procure imediatamente a unidade de saúde mais próxima de sua casa e fale que você teve contato com carrapatos.