O Prefeito de Divinópolis, Vladimir de Faria Azevedo, na companhia do secretário de saúde David Maia, assinou na tarde desta terça-feira (29/03) o Decreto Municipal 12082/2016 instituindo estado de emergência em Divinópolis em decorrência da dengue. A assinatura foi acompanhada pelos profissionais de imprensa.
A dengue na cidade, nestes primeiros meses do ano, já revela números preocupantes. O último levantamento da Diretoria de Vigilância em Saúde apontam registros de 2.274 casos prováveis de dengue. Deste total, seguindo a média dos últimos anos, pelo menos 87% serão apontados como positivos. Este ano já foram registrados dois óbitos na cidade em decorrência da dengue.
“O decreto tem vários impactos. Tem um impacto político em que abrimos para sociedade e para os demais entes federados que Divinópolis está numa situação de emergência e assim possamos ter acessos a mais recursos na parte de prevenção, na parte de combate e no tratamento daqueles que forem acometidos pela dengue. Há também um reflexo jurídico para que tenhamos mais flexibilidade nas contratações urgentes”, explica Vladimir Azevedo.
Com o decreto, a Secretaria Municipal de Saúde (Semusa) contingência o valor de R$ 600 mil para o combate a dengue. “Nesse momento todas as unidades de saúde do município já estão em alerta. As UEAS [Unidades de Estratégia de Assistência a Saúde], que funcional da 18h às 22h, no bairro Niterói, São José, Ipiranga e no Centro também estarão abertas com foco especifico para dengue. Na UPA Padre Roberto foi inserido um terceiro clínico geral, exclusivo para o tratamento da dengue. A partir da semana que vem vamos instalar uma unidade temporária ao lado da UPA com a possibilidade, se for necessário, de abertura de mais um ambulatório na região do CEM [Centro de Especialidades Médicas] e Policlínica”, explica David.
As ações antecedem ao pico da dengue previsto para 10 de abril. Como os números atuais revelam um acréscimo de cerca de 30% no número de registros, a Semusa trabalha com a possibilidade de entrar no pico da dengue na cidade com os registros de, aproximadamente, 2,1 mil casos prováveis da doença.
“O decreto de emergência nos aponta que este enfrentamento é muito sério e devemos levar com a maior responsabilidade. Neste aspecto a população tem que colaborar e manter as práticas de vistorias dentro dos seus imóveis. Uma vez que 90% dos criadouros do Aedes aegypti encontra-se dentro das residências”, pontuou o secretário.
A Prefeitura está preocupada com a greve dos servidores municipais que também afeta a saúde e pode comprometer o trabalho de combate ao mosquito e também de assistência das pessoas que estão doentes.
“O atendimento a saúde é garantido constitucionalmente e o cidadão doente tem que ser atendido nas unidades de saúde e ter acesso garantido na UPA Padre Roberto. E a Vigilância a Saúde, através da fiscalização, por meio de toda equipe de agentes, tem que cumprir o seu papel de agente público neste processo, ainda mais em chamamento a crise epidemiológica que ai está. Neste sentido, o decreto também pauta que o assunto é urgente e que todos os agentes públicos têm responsabilidade com ele”, conclui o prefeito.
A Semusa realiza um conjunto de ações para combater a dengue em Divinópolis. São campanhas de orientação, trabalhos em parcerias com setores da sociedade além, é claro, do trabalho rotineiro de visitação nos lares divinopolitanos.
De janeiro a março foram recolhidas praticamente 120 toneladas de materiais diversos com potenciais criadouros do mosquito causador da dengue. Neste mesmo período foram vistoriados 115.229 imóveis.