A 2ª edição da exposição “Vitórias”, organizada pela Secretaria Municipal de Saúde (Semusa), em conjunto com a Secretaria Municipal de Governo (Segov) e apoiadores, foi aberta neste mês. A mostra contém fotos e depoimentos de 13 mulheres que estiveram ou ainda estão em tratamento contra o câncer de mama.
O comum entre elas: garra, persistência, vontade de viver, confiança no tratamento e fé. A exposição faz parte das ações do Outubro Rosa de Divinópolis. A apresentação contém relatos emocionantes, impactantes e, ao mesmo tempo, motivadores para as mulheres que estão passando pela mesma situação.
Vamos conhecer um pouco da história de cada uma. Carol Neves é a primeira das 13 mulheres a contar sobre a batalha contra a doença.
Carol Neves
Sou a Carol, tenho 32 anos, uma filha e sou separada, trabalho com minha mãe no restaurante dela. Eu sempre fazia os exames preventivos certinho, sempre me alimentei muito bem. Aos 31 anos descobri o câncer.
Percebi que parte de baixo do meu peito amassou e entre os seios estava com um carocinho. Fui ao ginecologista, que me pediu uma pulsão e ultrassom de mama, que deu vários nódulos, pediram mamografia.
O mastologista me contou que era câncer de mama. Na mesma hora comecei a me perguntar o que seria da minha vida, da minha filha que tem apenas 5 anos. Quando que eu nova desse jeito ia imagina que estava com câncer de mama? – me perguntava. Eu fiquei desesperada, como ia me manter sem marido e com filha pequena. Fiquei na rua andando perdida sem saber o que fazer.
Me deram encaminhamento e rápido já marcaram vários exames e em menos de 2 semanas já estava tudo na minha mão. Comecei o tratamento, com 15 dias que fiz a primeira sessão de quimioterapia. Meu cabelo caiu inteiro, o impacto é muito grande. Meu irmão me deu muito apoio e começou a olhar perucas e o engraçado era que eu mesma vendia peruca anos atrás, eu mesma dava muito apoio a essas mulheres com câncer. Como é o destino.
Antes eu não vi ninguém que fazia tratamento de câncer, mas hoje eu vejo gente com câncer para todo lado. O câncer nos envergonha, mas a gente tem que superar isso. Eu levantei a cabeça, nem todo dia estamos bem, mas minha filha mesmo que perguntava quando faltava o baton. Mas eu mantenho a mesma vaidade, fazendo unha, maquiando e cuidado de mim.
Fiz quatro sessões de quimioterapia vermelha e 12 brancas. No início de setembro (2019) fiz cirurgia de mastectomia com a retirada total da mama direita e coloquei próstese ao mesmo tempo. Cada pessoa reage de uma forma, mesmo em tratamento, eu continuei a fazer minhas atividades normais, quando eu pensava em cair minha filha me dava apoio e eu levantava.
Eu preciso ficar bem por causa da minha filha. Eu tenho muita fé em Deus, ele me guardou de tanta coisa e não é qualquer pessoa que consegue passar por isso, se a gente não tiver Deus fica difícil. Se a gente não crê que tudo acabará bem, a gente nem levanta para se tratar.
Se alguém chegasse pra mim e dissesse que estava com câncer, eu pegaria na mão desta pessoa e diria pra Deus nada é impossível, é Deus que cura, pra Ele nada é impossível. O Deus vivo que hoje me mantém em pé. Fácil não é, câncer nos entristece, é só para quem é guerreiro. Tem momento que é só a gente e Deus, mas com fé a gente chora e na mesma hora a gente vê que no final vai dar certo. Deus quer ver também o nosso agir, vida que segue, tenho planos, para um novo relacionamento, para minha filha, a vida não acabou.
Realização:
Secretarias de Saúde e de Governo
Agradecimentos
Everton Ribeiro (fotografia)
Luiz Fotógrafo (revelação)
Studio Sheila Mucedola
Camila Carvalho Vieira (maquiagem)
Keith Hellen Silva (cabelo)
Empresa Braulino (transporte)
Clube AABB (locação para fotos)