Divinópolis, 22 de julho de 2020 - Chega a causar espanto o despreparo ou má fé de alguns que se apresentam como novos especialistas em tudo nas redes sociais. O mais novo caso refere-se a um vídeo que circula em grupos de whatsapp. Porém, a argumentação esbarra em considerações básicas que precisam ser aqui esclarecidas.
Assim, considerado o primeiro quadrimestre de 2020, analisado pelo cidadão, é preciso deixar claro que a primeira morte registrada no Brasil foi em meados de março. Em Divinópolis, foi em meados de abril. Ou seja, o primeiro quadrimestre sofreu pouco impacto, o que garante uma tendência para resultado superavitário por ele apresentada.
Além disso, qualquer pessoa matriculada em qualquer cursinho de preparação de novos políticos, moda hoje no Brasil, sabe - ou deveria saber - que os meses de janeiro, fevereiro e março representam o principal período de arrecadação de recursos tributários, principalmente graças ao IPVA e ao IPTU, enquanto os gastos são diluídos ao longo do ano. Por isso, ensinam os especialistas em estatísticas, que a conta deve ser feita levando-se em conta todo o ano ou no mínimo os últimos 12 meses.
Mas se houver interesse em realmente fazer uma pesquisa séria, seria possível encontrar também no Portal da Transparência a informação de que tributos municipais ao longo deste ano não estão mantendo nem mesmo o mesmo valor do ano anterior (2019). Até junho, ou seja, no primeiro semestre deste ano, a arrecadação destas contas caiu 4% aproximadamente, enquanto o planejamento era de crescimento de 7%, o que impacta diretamente na política pública.
O autor deveria também levar em conta uma outra informação básica, quando fala em recursos para combater a Covid-19. A entrada desses recursos não aconteceu em 2019, obviamente. E espera-se que não seja necessária em 2021. São recursos vinculados, que precisariam ser desconsiderados na avaliação.
É importante também corrigir uma outra falha equivocada e grave do mesmo. Além do declínio em relação ao ano anterior, a análise desconsidera restos a pagar, que não são considerados de forma orçamentária. Orçamento e financeiro são coisas bem diferentes.
O Município ainda se dispõe a esclarecer as outras dúvidas do mesmo de forma presencial, bastando para tanto que ele procure o setor responsável. Assim evitará de passar pele constrangimento de novamente cometer erros básicos.